Jair Bolsonaro (Foto: reprodução)
Os coletivos vinculados à Frente Povo Sem Medo (FPSM) e Frente Brasil Popular (FBP), que englobam sindicatos e movimentos sociais alinhados à esquerda e associados ao PT, PCdoB e Psol, anunciaram a realização de manifestações nas 27 capitais do Brasil, no dia 23 de março, com o objetivo de defender a prisão do ex-presidente de direita Jair Bolsonaro (PL) e de algumas lideranças que articularam a tentativa de golpe no ano passado.
O anúncio surge após o ex-presidente de orientação política de direita reunir cerca de um milhão de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, onde defendeu uma anistia abrangente aos acusados pelos eventos de 8 de janeiro. As manifestações estão programadas para todas as capitais, com ênfase especial na mobilização em São Paulo e Salvador.
Líderes de esquerda que participaram da reunião destacaram a prioridade para a capital paulista devido ao seu histórico de manifestações e ao resultado obtido por Bolsonaro no último domingo e de Salvador, na Bahia, reduto eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.
Jair Bolsonaro está sob investigação da Polícia Federal (PF) por supostamente planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022, em colaboração com seus aliados e militares de alta patente. Após ser alvo da Operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro, o ex-presidente convocou seus apoiadores para um ato na Avenida Paulista no último domingo, 25.
Durante o evento, negou ter participado de qualquer tentativa de golpe de Estado e minimizou a "minuta de golpe" encontrada pela PF, que se tornou uma das principais evidências contra ele.
“O que é golpe? Golpe é tanque na rua. É arma. É conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. E fora isso, por que ainda continuam me acusando de um golpe? Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência”, justificou o direitista radical Jair Bolsonaro.