O depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes à Polícia Federal representa um momento crucial nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, de acordo com informações do jornalista Marcelo Godoi, do O Estado de S. Paulo.
No depoimento, Freire Gomes detalhou a pressão política vivenciada no Exército, destacando divisões e dilemas éticos entre os militares, além de tentativas de instrumentalizar as Forças Armadas para objetivos políticos durante as eleições de 2022.
O general revelou preocupações dentro da instituição militar quanto às intenções de Bolsonaro e a complexidade das manobras políticas que buscavam influenciar o papel das Forças Armadas.
Seus colegas argumentam que, embora tivesse conhecimento de planos controversos no governo, a falta de evidências concretas e o risco de retaliação limitavam suas opções de ação.
Contudo, críticas à postura de Freire Gomes sugerem que ele deveria ter recorrido ao Ministério Público.
O desembargador aposentado Walter Maierovitch apontou que a subordinação a Bolsonaro como presidente minimiza implicações legais, transformando o debate em uma questão mais ética do que jurídica.
Antes do depoimento do general à PF, apoiadores de Bolsonaro esperavam utilizar sua posição para defender o Exército e garantir apoio dos quartéis, estratégia criticada por tentar encobrir transgressões em nome da solidariedade militar.
A participação de Bolsonaro em eventos militares diminuiu após investigações apontarem manipulações e ataques contra generais que defendiam a legalidade em 2022.
A expectativa é que as declarações de Freire Gomes impulsionem as investigações e possivelmente contribuam para a responsabilização de Bolsonaro pelas ações questionadas durante seu mandato.