((Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Após uma reunião com o presidente Lula e ministros, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reiterou sua permanência no cargo, enfatizando que a questão de sua substituição não foi discutida durante o encontro. Ao ser questionado sobre sua continuidade, Prates assegurou que não existem problemas nesse aspecto. A reunião, que durou mais de três horas, teve a participação dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Fazenda, Fernando Haddad, para debater a decisão da estatal de não distribuir dividendos extras aos acionistas.
Quanto à polêmica sobre os dividendos, Prates preferiu evitar o assunto, afirmando que não pretende mais abordá-lo e transferindo a responsabilidade de tratá-lo para o ministro Alexandre Silveira. Em uma entrevista ao Globo, ele declarou: "Eu prometi lá que não vou mais falar sobre esse assunto. Quanto mais eu falo, mais inventam moda. Então quem vai falar sobre esse assunto é o ministro (Alexandre) Silveira".
A decisão de reter os dividendos tem gerado controvérsias, com a ala liderada pelo ministro Alexandre Silveira defendendo a manutenção desse recurso em um fundo de reserva. Com a maioria no Conselho de Administração da empresa, o governo, com seis dos onze conselheiros, respaldou a posição de Silveira, apoiada também pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e pelo ex-presidente Lula. Esta ala do governo argumenta que a retenção preserva o fluxo de caixa da Petrobras, sem abrir mão do compromisso futuro de pagamento de dividendos, permitindo uma revisão da decisão posteriormente. Por outro lado, Prates sustenta que a não distribuição dos dividendos extras pode impactar o valor de mercado da Petrobras, afirmando que não há riscos em efetuar esses pagamentos.
Diante de um novo impasse com o ministro Alexandre Silveira e a Casa Civil, o presidente da Petrobras tem buscado apoio junto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio à complexa situação política e econômica envolvendo a empresa.