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Haddad pede recursos ao Banco Mundial e ao Interamericano

 


Fernando Haddad (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)


As instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, precisam contar com mais recursos e uma maior participação dos países emergentes em sua administração para lidar com desafios como a mudança climática e o aumento da fome, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (18). Em seu discurso de abertura na segunda reunião da trilha de finanças do G20, realizada em Washington, ele defendeu a necessidade de reforma na governança das instituições internacionais.


Haddad destacou que o foco desses esforços está em garantir que o apoio dos bancos multilaterais de desenvolvimento seja alinhado com as prioridades nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios concretos aos países beneficiários. Atualmente, os países-membros dessas instituições contribuem proporcionalmente com base em sua participação nos bancos, o que favorece as nações mais ricas.


O Brasil está elaborando um plano para tornar as instituições multilaterais "melhores, maiores e mais eficazes". Os ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20, juntamente com a União Europeia e a União Africana, votarão sobre a proposta em outubro.


Haddad enfatizou que as discussões estão avançando no sentido de aumentar o capital geral e possivelmente estabelecer um mecanismo para revisar as necessidades de capital dessas instituições, garantindo assim que continuem capazes de cumprir seus mandatos e alcançar objetivos globais mais ambiciosos. Ele também expressou a intenção de levar essas sugestões a outros órgãos multilaterais.


O Brasil e outros países emergentes estão buscando uma maior influência nas decisões dos bancos multilaterais para terem mais flexibilidade na utilização dos empréstimos. Isso ocorre porque os financiamentos estão atualmente vinculados a usos específicos, o que dificulta a liberação rápida de recursos para lidar com crises climáticas repentinas e para projetos de transição ecológica.


Durante a tarde, o ministro reuniu-se com o senador norte-americano Bernie Sanders, abordando a proposta de taxação de super-ricos. O parlamentar disse que pressionará o governo do presidente Joe Biden a apoiar a medida, apresentada pela primeira vez na reunião de ministros do G20 em São Paulo, no fim de fevereiro.


“Em todo o planeta, você tem governos lutando com orçamentos terríveis, incapazes de fornecer saúde, educação, moradia para sua população e [lutando com] bilionários que deveriam estar pagando sua parcela justa de impostos [e] estão escondendo seu dinheiro em outro lugar. Acho que precisamos avançar para uma abordagem global para isso”, declarou o ministro.


Ele ressaltou ter recebido apoio da França e da Espanha. No entanto, o ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, se disse contrário à proposta brasileira, argumentando que os países têm um sistema apropriado de taxação.


Retorno antecipado

Esse foi o último dia da viagem do ministro da Fazenda aos Estados Unidos. Ele antecipou o retorno ao Brasil para tratar de negociações da pauta econômica do governo com o Congresso <https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-04/haddad-antecipa-para-esta-quinta-feira-retorno-dos-estados-unidos>.


Na sexta-feira (19), o ministro participaria de um café da manhã no Fundo Monetário Internacional e da reunião plenária do Fundo, na parte da manhã. À tarde, Haddad conversaria com o Comissário Europeu para Assuntos Econômicos, Paolo Gentiloni, e acompanharia a reunião do comitê de desenvolvimento do Banco Mundial.

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