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Oposição alerta para riscos econômicos e sociais no projeto que autoriza a desestatização da Ferroeste


Arilson Chiorato (Foto: Orlando Kissner)


Um projeto de lei enviado pelo Governo do Paraná à Assembleia Legislativa na segunda-feira (5) autoriza a privatização da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A., conhecida como Ferroeste. A proposta inclui a possibilidade de alienação, transferência ou transformação total ou parcial da sociedade, seus ativos e o controle acionário.


A Bancada de Oposição, liderada pelo deputado Requião Filho, criticou a medida, argumentando que o governo está focado em fazer caixa para propaganda, em vez de considerar o futuro do estado.


Na terça-feira (6), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia analisou o projeto. O deputado Arilson Chiorato, vice-líder da Oposição, pediu vista e baixa diligência, solicitando mais tempo para análise. A proposta de privatização tramita em regime de urgência na Assembleia, mas a Oposição se compromete a contestar a medida em todas as etapas do processo.


Objetivos e condições


O projeto de lei autoriza o Poder Executivo do Estado do Paraná a realizar várias ações para desestatizar a Ferroeste. Entre as ações permitidas estão a alienação ou transferência total ou parcial da sociedade, dos ativos e da participação societária, direta ou indireta, inclusive o controle acionário. Além disso, o projeto permite transformar, fundir, cindir, incorporar, extinguir, dissolver ou desativar parcial ou totalmente os empreendimentos e subsidiárias da Ferroeste.


Para efetivar a desestatização, o projeto impõe algumas condições. Uma delas é a alteração do Estatuto Social da Ferroeste para garantir a manutenção da sede da empresa no Paraná. Outra condição é a criação de uma ação preferencial de classe especial, exclusiva do Estado do Paraná, com poder de veto em deliberações sociais importantes.


Impacto


A Ferroeste administra 248 quilômetros de ferrovia entre Cascavel e Guarapuava, sendo muito importante para o transporte de grãos e insumos agrícolas na região. A privatização pode colocar em risco os benefícios econômicos proporcionados pela empresa estatal, como fretes mais baratos e redução de custos logísticos para os produtores locais.


Requião Filho questiona a decisão do governo estadual de abrir mão de uma ferrovia essencial para o Paraná, que poderia resolver problemas logísticos com uma gestão adequada.


“Mais uma privatização no Paraná. O governo do Estado tem a chance de pedir ao governo federal para entregar toda a sua rede ferroviária para resolver um problema logístico, mas está abrindo mão da Ferroeste. É uma falta de visão que nós temos no atual governo. A preocupação em fazer caixa para propaganda é maior do que a preocupação com o futuro do Estado”, afirma o Líder da Bancada.


O deputado Arilson Chiorato, Vice-líder da Oposição, também expressou sua indignação: “A privatização da Ferroeste faz parte do desmonte promovido pelo Governo Ratinho. Tenho dito, quando terminar o mandato do atual governador, o próximo não terá o que administrar, porque tudo estará com a iniciativa privada. Temos visto uma ação coordenada de entrega de empresas públicas estratégicas para a economia, como a Ferroeste, para mãos da iniciativa privada. Infelizmente, o governador Ratinho não governa para o paranaense, mas para o investidor da bolsa,” alerta Chiorato.


Defesa dos interesses públicos


Os deputados da Oposição defendem que o Estado invista na Ferroeste para garantir seu desenvolvimento e melhorar a infraestrutura logística da região, preferindo não privatizá-la. A manutenção da empresa sob controle estatal é vista como essencial para a preservação dos interesses dos cidadãos e para garantir um serviço eficiente e acessível.

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